sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hamburgo Velho

O Bairro

O povoado de Hamburgerberg, núcleo inicial de Novo Hamburgo, teve sua origem nas casas comerciais e de artefatos que se estabeleceram num entroncamento de importantes estradas do século passado: o caminho das tropas, que vinha dos Campos de Cima da Serra e a estrada do Norte, desde as picadas de Dois Irmãos, Bom Jardim e Travessão. Essas vias encontravam-se para, logo em seguida, dividirem-se rumo ao Sul – via São Leopoldo em direção a Porto Alegre, e a oeste, via Porto dos Guimarães (São Sebastião do Caí), em direção a Campanha.
Confluência de caminhos, o povoado cresceu espontaneamente com ruas estreitas, largos, becos, praças, casario, quintais e uma forte vocação para o comércio, o artesanato e pequenas manufaturas, especialmente, o curtimento e o artesanato em couro: chinelos, tamancos, botas, arreios, selas.



Em 1857, Hamburgerberg constituiu-se na sede do quarto distrito de São Leopoldo com o nome de Nossa Senhora da Piedade de Hamburgerberg.
Quando em 1927, Novo Hamburgo se emancipou de São Leopoldo, o antigo núcleo, então já denominado Hamburgo Velho, passou a segundo distrito do recém criado município.
Hoje, Hamburgo Velho é um bairro da cidade, que preserva uma rica paisagem urbana onde as referências e testemunhos da imigração alemã ainda persistem.

Casa Schmitt-Presser
Johann Peter Schmitt nasceu em Bechenheim Hessen, em 8 de junho de 1801. Contava vinte e quatro anos quando chegou à colônia de São Leopoldo com a mãe e mais cinco irmãos, em 1825.
Dedicou-se inicialmente, à navegação no Rio dos Sinos. Por volta de 1830, estabeleceu-se como comerciante em Hamburgerberg.



A casa de Johann Peter Schmitt foi construída na primeira metade do século XIX. Constitui-se num dos mais antigos exemplares de arquitetura enxaimel no Rio Grande do Sul.
Em 1923, com o rebaixamento da rua, aos alicerces originais da casa foram acrescentadas grossas paredes de pedra e tijolo. A construção ganhou assim mais um pavimento.
Em 1974, por iniciativa do artista Ernesto Frederico Scheffel, iniciaram-se os trabalhos de preservação da Casa, que incluiu propostas de proteção do Centro Histórico de Hamburgo Velho e a área do antigo lote colonial de Schmitt, hoje o Parque Henrique Luiz Roessler, conhecido como Parcão.
Em 1981, a casa foi declarada de utilidade pública pela Prefeitura Municipal e em 1985, tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
No ano de 1990, com recursos da Prefeitura Municipal e do IPHAN, são iniciadas as obras de restauração.
Finalmente, em 1992, a casa restaurada e musealizada – reconstituindo uma antiga venda – foi aberta ao público, como Museu Comunitário Casa Schmitt-Presser.

Museu de Arte Scheffel
Construído no ano de 1890, por Adão Adolfo Schmitt, o casarão em estilo neoclássico – onde atualmente funciona a Fundação Scheffel – serviu à comunidade de diferentes formas: como residência, como local de eventos culturais, como casa comercial, como escola e até como hospital.



Inteiramente restaurado pelo Município, em 1978, ele hoje abriga mais de quatrocentas obras de Ernesto Frederico Scheffel, constituindo-se numa das maiores pinacotecas do mundo que abriga obras de um mesmo artista. Não bastasse esta credencial, seus amplos salões compõem um cenário perfeito para as mais diferentes manifestações artísticas e culturais da comunidade.
As obras expostas nos três pisos do prédio são apresentadas obedecendo à ordem cronológica de criação e estão agrupadas conforme a temática e técnicas utilizadas para sua execução.
No primeiro piso, estão os quadros que marcaram sua fase inicial, da adolescência até seus vinte e dois anos. Algumas obras são de caráter regional, por retratarem os lugares e a região que deu origem à carreira de Scheffel. Outras manifestam seus interesses e estudos na busca de cultura e autoconhecimento.
No segundo piso, encontram-se as obras que participaram dos vários Salões Nacionais de Belas Artes, no Rio de Janeiro, na luta pelo “Prêmio de Viagem ao Estrangeiro”. São obras do gênero épico, simbolista e do realismo poético.
Finalmente, no terceiro piso, encontram-se obras de sua fase mais recente na Europa, onde Scheffel se tornou um excelente colorista. Entre elas estão retratos, paisagens e estudos para obras públicas.

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